sexta-feira, 1 de abril de 2011

Lombalgia e Pilates



















Olá à todos!

Após algum tempo sem escrever artigos, venho hoje publicar um pedacinho do meu Trabalho de Conclusão de Especialização em Ortopedia e Traumatologia, cujo temo foi Lombalgia.

Eu explico no final onde o Pilates entra para tratar lombalgia, seja ela de qualquer origem.

Espero que gostem!

Um forte abraço!



Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente 80% dos adultos sofrerão, pelo menos, uma crise de dor nas costas durante sua vida. Destas pessoas, constata-se que 80% terão mais de um episódio. A dor lombar é a causa mais comum de limitação e absenteísmo nos países desenvolvidos, nos indivíduos de 30 a 45 anos, causando além de um problema médico, um déficit econômico. A lombalgia trata-se de um sintoma caracterizado por desconforto, fadiga ou rigidez muscular localizada no terço inferior da coluna vertebral (REINEHR, 2008). As opções de tratamento para lombalgia são variadas, porém alopatia ainda é a primeira opção. Cleland et al. em sua revisão concluíram que exercícios terapêuticos são benéficos em reduzir a dor e na melhora funcional de pacientes com dor lombar e instabilidade. O problema foi apontar qual metodologia deve ser utilizada e quais exercícios específicos oferecem maior eficácia. Há muitos tipos exercícios que podem ser utilizados para a melhora da amplitude de movimento da coluna, além de hidroterapia. Recentemente foi adicionada ao protocolo a estabilização dinâmica segmentar, ou seja, o fortalecimento dos músculos profundos do envelope abdominal: transverso abdominal (TA), músculos do assoalho pélvico (MAPs), multífidos e abdominal oblíquo. Em inglês o termo CORE traduz o conjunto formado por esses músculos. Os portadores de lombalgia, tratados com essa abordagem, referem melhora da dor, da mobilidade da coluna e incapacidade, retornando precocemente às atividades de vida diária e conseqüentemente tendo uma melhora da qualidade de vida. Esses achados se devem ao fato de os exercícios restabelecerem a biomecânica músculo-esquelética. O músculo TA precisa de um bom controle motor para que consiga suportar as cargas que são transmitidas através da coluna lombar aos membros inferiores. Desta maneira, os exercícios de estabilização segmentar trazem um maior equilíbrio à região e treinam os músculos profundos para agirem em conjunto. Em 2001, Richardson et al. descreveram que exercícios específicos para os músculos abdominais profundos reduzem a dor de indivíduos com lombalgia em até 35% em até 2-3 anos. O músculo TA atua na estabilidade lombar através do “timing” antecipatório, ou seja, seu acionamento antecede a ação dos músculos que são responsáveis pelo movimento dos membros superiores e inferiores, devido a uma pré-programação do sistema nervoso central em preparar a coluna para qualquer perturbação resultante de forças externas. Possui relações com os músculos do assoalho pélvico, multífidos e diafragma, fazendo com que estes contraiam antecipadamente junto ao TA. Em lombálgicos, essa contração antecipada falha antes dos movimentos, o que demonstra uma alteração na coordenação desse músculo. O atraso na contração do TA indica um déficit de controle motor e resulta em uma estabilização muscular ineficiente da coluna.

E O PILATES?

O método Pilates utiliza a ativação do músculo TA e seus colaboradores em cada expiração em conjunto com o movimento. Dessa maneira, é uma modalidade de exercícios muito eficaz para o tratamento de lombalgia, em qualquer fase inflamatória, além do treino funcional que oferece a fim de prevenir uma nova crise. Aliado à isso, as molas dos equipamentos realizam fortalecimento do corpo, fundamental para uma melhor sustentação das partes ósseas.



Bibliografia:

Gouveia, KMC, Gouveia EC. O músculo transverso abdominal e sua função de estabilização da coluna lombar. Fisioter. Mov. 2008 jul/set;21(3):45-50. Disponível em: www2.pucpr.br/reol/index.php/RFM?dd1=2064&dd99=pdf. Acesso: janeiro/2009.


Gagnon, L.Efficacy of Pilates exercices as therapeutic intervention in treating patients with low back pain. Dissertação de doutorado em Filosofia. University of Tennessee, 2005. Carpes, FP,


Reinehr, FB, Mota CB. Effects of core strengthening on low-back pain and body balance. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19083652. Acesso: janeiro/2009.

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